Descaminho

15.2.05

Recesso

Este blog entra em recesso por alguns meses. Mas promete voltar, em um ano (no máximo), reformulado.

9.2.05

Plataforma



Exercício de paciência para muitos, Plataforma pode ser proveitoso para quem se dispõe a exercitar o que Walter Benjamin chamava de "olhar distraído". O filme do chinês Jia Zhang-Ke mostra de forma crua como é o processo de transição do socialismo para o capitalismo em seu país, começado no final dos anos 70 e ainda inacabado.

Não há julgamentos morais, muito menos forte viés ideológico (embora o governo chinês tenha proibido o filme), mas sobram planos longos e câmeras distantes dos atores. Claro que tudo é intencional e, ao fim, o cinema consegue passar para o espectador a sensação de impotência de um simples cidadão chines, independente dele estar filiado ou não a qualquer espécie de ideologia.

Surge, com ajuda de um amigo, uma outra reflexão: essa sensação de impotência perante o mundo é mesmo exclusiva ao mundo chinês? Segundo esse meu amigo, o problema do mundo ocidental "não é a "falsa consciência" de admitir que as idéias e as representações têm vida própria". O fenômeno com que nos deparamos hoje é essencialmente distinto: trata-se de uma negação consciente do real (ou, como diriam os psicanalistas: uma degeneração, já que o real não desaparece, mas "fica suspenso").

7.2.05

Garçonete oprimida é clichê da vez


Leona Cavalli é a garçonete Lígia em Amarelo Manga

É impressionante como o cinema - mesmo o bom cinema - persegue personagens fáceis, que levam a uma identificação rápida do espectador. Um desses personagens da moda é o da "garçonete oprimida" que resolve tomar o controle de sua própria vida.

Há quatro bons filmes do cinema recente - dois brasileiros, um americano e um alemão - que pontuam suas histórias com uma garçonete oprimida. São eles: Amarelo Manga, Nina, Os Educadores e Sideways - Entre umas e outras.

Em Amarelo Manga (de Cláudio Assis), a garçonete em questão é Leona Cavalli que, cansada da vida que leva em Recife, assume ares de valentia e passa a enfrentar quem a maltrata. Em Nina, de Heitor Dhalia, a personagem-título (Guta Stresser) se revolta com o patrão e com os clientes que a tratam mal. Explode e nunca mais retorna ao restaurante onde trabalhava. A partir daí, seu perfil psicológico é cada vez menos submisso.

Em Os Educadores (de Hans Weingartner), a garçonete Jule (Julia Jentsch) também se cansa do trabalho sem fim para pagar uma dívida igualmente sem fim. Foge do posto de submissão e assume um discurso revolucionário.

Em Sideways - Entre umas e outras, a garçonete Maya (Virginia Madsen) não é tão submissa quanto a dos outros três filmes, mas recebe um olhar de desdém de um personagem (Miles) que logo depois se interessaria por ela . Mas há um momento do filme em que Maya ganha uma forte carga de vítima, o que acaba colocando-a na confortante posição de oprimida.

O paradoxo dos quatro filmes é que estão todos bem acima da média da produção atual. Mas não deixa de ser lamentável ver que a construção segue pobre, com recorrente busca de personagens de fácil identificação dramática.

3.2.05

19 de março: Ira! em Goiânia



No dia 19 de março tem show acústico do Ira! em Goiânia. A informação já consta do site oficial da banda. A previsão é que o show, que será realizado no Jaó, comece às 22 horas e tenha cerca de 1h30m de duração.

Ingressos Antecipados: Feminino R$ 20,00 [OPEN BAR]
Masculino R$ 25,00 [OPEN BAR]

Mesas para 4 Pessoas: R$ 150,00 [Grátis uma Garrafa de Whisky Ballantines ou Champagne Mumm + Open Bar]

Postos de Venda: Tribo do Açaí, Athletics, Bob´s, Eckzem, Body for Sure, Officina Grill, Brasil Car, Clube Jaó, AgendaGyn.com e Lojas Tim (Flamboyant e Av. 85)

Mesas Venda Exclusiva: Tribo do Açaí

Mais informações: (62) 9952-4565