Descaminho

10.12.04

Livro vai contar história do Goiânia Noise



O jornalista Pablo Kossa (foto) está escrevendo um livro para contar a história das 10 edições do Goiânia Noise Festival. A idéia original era escrever um livro sobre a Monstro Discos, gravadora independente que promove várias bandas locais e organiza o evento anualmente.

- Queria mostrar como uma gravadora independente, totalmente quebrada financeiramente e longe demais das capitais conseguiu tamanho destaque em todo País. Mas a Monstro é muito nova, enquanto o Goiânia Noise faz dez anos em 2004, uma data emblemática. Fui conversando com os caras da Monstro e decidimos fazer o livro. Entrei em contato com Iúri Godinho, da Contato Comunicação, ele achou do caralho a idéia e topou incluí-lo numa série de lançamentos sobre a história de Goiás.

Para mostrar que o projeto é sério, Pablo diz que o livro já tem até data de lançamento: 16 de abril de 2005, com festa e tudo. Das nove edições realizadas (a décima começa exatamente hoje), Pablo conta que já foi em seis.

- A primeira, acho que nem fiquei sabendo, ou se fiquei, não me marcou e não me motivou. Passou batido. Na quarta edição, eu estava fazendo cursinho e priorizei os estudos. Na quinta, que foi no Território Brasileiro, achei que tinha pouca banda de fora, tinha outra festa massa no final de semana e preteri o evento em prol de uma bebedeira de graça.

Pergunta clássica na mesa do buteco: "qual o melhor show que você já viu em um Goiânia Noise?". A resposta de Pablo começa com aquelas enrolações típicas dele, mas no final sai alguma coisa.

- Pode ser um show que você não dava nada e a banda fode com tudo, faz um show do caralho e surpreende. Pode ser aquele que você esperava muito e o cara destrói mesmo, de cair o queixo. Pode ser uma banda de abertura que, tocando para dez curiosos, dá o sangue e mata a pau... De sopetão, me lembro do Coringa e Tequila Baby da segunda edição, Baratas Tontas da terceira, Bidê ou Balde e Wander Wildner na sexta. Cada um teve um motivo especial.

Pablo não faz parte do grupo de fãs do Noise que hoje comemora a volta do evento ao Martim Cererê, por considerar o local mais intimista, aconhegante etc. Para ele, quem prefere o Martim é "sectário".

- Não adianta querer ser sectário e achar que é dono do underground. O Cererê não suporta mais um evento do porte do Noise. Creio que este ano vai haver sérios problemas de falta de ingresso, como já aconteceu em outras edições. Quem não comprar antecipado vai dançar mesmo! O Jóquei seria um espaço mais apropriado, mas podem existir outros. Basta pensar e ter criatividade.

No Martim ou no Jóquei, por que um evento como o Noise pegaria logo em Goiânia? Para Pablo, é fácil explicar.

- É só trabalhar com profissionalismo, mostrar que o rock não precisa ser sujinho, tosquinho e feinho. Pode ter mulher bonita, cerveja gelada, boas bandas em equipamentos de som com qualidade... Enfim, fazer bem feito. Não tem muito mistério não. Ele também não se preocupa com outra discussão clássica. Quem toca no Noise é alternativo mesmo?

- Não me preocupo muito com esse rótulo para as bandas... O que é ser independente nesse mercado fonográfico em transição de hoje? Será que o Planet Hemp, que tem contrato assinado com a Chaos e distribuído pela Sony é independente? Ou o Ed Motta que está na Trama? Ou a Beth Carvalho que está lançando disco em banca de revista? Existe uma coerência entre todas as bandas que já tocaram no Noise, que é a postura perante o mercado, independente de estar vinculado à alguma gravadora ou não.

Já quase no fim do bate-papo com Pablo, uma revelação que pode espantar. Para o jornalista, eventos como o Goiânia Noise são "cansativos".

- São totalmente cansativos. Tem que ter um gás bom para assistir tudo. Eu não dou conta mesmo. Priorizo o que quero assistir e muitas vezes não consigo. É foda! Pego o flyer e, a priori, não assisto bandas de Goiânia. Só se eu gostar demais da banda, como Mechanics, MQN ou Valentina. Senão, não rola! É mais fácil vê-los novamente em outro show na cidade do que as bandas de fora. Outra coisa, se a banda não for dos estilos que eu gosto, não arrisco. Fico de fora bebendo cerveja, conversando com os amigos e dando uma descansada. Esses momentos, muitas vezes, são os mais legais do festival.

O que assistir na décima edição do festival, que começa hoje? Listeiro fanático que é - Pablo costuma fazer listas até de sonhos para 2005 - o jornalista diz que, dos 44 shows, pré-selecionou 25 para assistir.

- Mas se eu conseguir ver 15, estou satisfeito. Se for para destacar só um, fico com o Cachorro Grande pela visceralidade. Bidê ou Balde, Detetives, Tequila Baby, Relespública, Mustang, Pata de Elefante e Faichecleres também poderiam ser citados.

7 Comments:

Anonymous Anônimo said...

Ficou do caralho, velho!
Só vc mesmo pra fazer eu entrar num blog... Coisa mais nerd! Tipicamente Reu e Condendado! Hehehehehehehe!

Abs, rapaz!

PK

PS: vc vai nos três dias do Noise?

7:47 AM  
Blogger Eduardo Horácio said...

PK, blog é só um formato... não acho que seja um gênero, ok? Quanto ao Noise, vou nos três dias. Hoje, em função do fechamento do jornal, devo chegar mais tarde, por volta de zero hora, mas nos outros dois dias estarei lá em tempo integral. Abraço!

1:31 PM  
Anonymous Anônimo said...

Nossa! Que legal!!!
Roberta

2:10 PM  
Anonymous Anônimo said...

Dudu e PK: nunca tinha pensado, mas essa dupla é absolutamente imbatível. Sou fã dos dois. Por falar nisso, a cervejada/pizzada será segunda ou terça, tá?

***kisses***

Andrea

2:39 PM  
Anonymous Anônimo said...

Sou suspeita para comentar, né?
Parabéns aos dois!
Beijos,
FP

8:45 PM  
Anonymous Anônimo said...

Quem é você, FP?

8:50 PM  
Anonymous Anônimo said...

FP pode ser filha-da-puta ou a Boa (em caixa alta! hehe!) e Velha (tb alta! Hehehehe!) Fabiana Pulcineli!

ôu, tb quero pizza e cerveja, dona Andrea!!!!

3:03 PM  

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