Descaminho

2.1.05

Meu tio matou um cara



Ainda que seja claramente anunciado como filme para adolescentes, Jorge Furtado erra feio em Meu Tio Matou um Cara, seu novo longa-metragem. Espécie de "mito" do cinema pop nacional, Furtado fez sucesso com o curta Ilha das Flores e conseguiu fazer ótimo entretenimento com O Homem que Copiava (veja crítica deste blogueiro clicando aqui).

Agora, entretando, exagerou na queda de linguagem. Os clichês se acumulam sem parar, as soluções não existem e nem mesmo as piadas do meio, que até fazem rir, conseguem salvar esta última decepção de 2004. Pior que Furtado, só a produtora Paula Lavigne (recém-separada de Caetano Veloso) que novamente forçou a barra incluindo Caetano na trilha (como em outros tantos filmes que produziu).

Bom, o que mais me espanta em Meu Tio Matou um Cara é o sucesso de crítica que tem feito nos jornais. Eu, particularmente, sempre achei Furtado um dos três melhores diretores de cinema deste país mas este filme, particularmente, é sofrível.

Abaixo, para quem prudentemente duvidar deste blog, trechos de críticas positivas publicadas em quatro veículos diferentes. E quem souber de alguma crítica negativa, publicada em algum lugar, me avise.


"Em Meu Tio Matou um Cara reencontramos a agilidade narrativa, o naturalismo da dramaturgia e a comunicação direta com o público que Furtado exercitou em seu trabalho como roteirista e diretor na Globo.
Dois momentos são particularmente inspirados no que diz respeito à reflexão sobre a linguagem ficcional e a representação da realidade."
José Geraldo Couto, na Folha de S.Paulo (31/12/04)

"O diretor e roteirista gaúcho Jorge Furtado mostra, com seu novo filme, que sua carreira cinematográfica promete ser das mais consistentes.
Além do humor impecável, Furtado tem olho clínico para a dinâmica e os detalhes da rotina da classe média.
Furtado também compreende como poucos o universo dos adolescentes: o grande objetivo da investigação de Duca não é outro, claro, que se aproximar de Isa, por quem ele morre de amores. Um ótimo casamento, em suma, de romance e comédia de costumes."

Seção Veja Recomenda, na revista Veja (que está nas bancas)

"Outra prova de que Meu tio não fica preso às limitações da maioria das produções jovens atuais é o fato de o filme tocar na questão racial. Duca conta numa cena que é o único menino negro da escola. Em outro momento, Kid acha que cometeu uma gafe só porque disse, elogiando, que o tênis de Duca parece “de negão”. Alguém imagina American pie falando de discriminação?
Meu tio tem um problema ou outro (o filme fica um pouco arrastado lá pela metade), mas está à altura dos outros longas do craque Furtado."

Seção Rio Show do jornal O Globo (31/12/04)

"Os diálogos, primorosos, refletem essa maré intermitente, que encontra sua graça justamente na incompletude.
Isso faz de
Meu Tio Matou um Cara
uma deliciosa combinação de ingredientes dos dois longas anteriores de Furtado, sem risco de repetição.
O filme se vende sem trair seu espírito e suas origens."

Carlos Alberto Mattos, do site Críticos.com.br

1 Comments:

Blogger P.F. said...

É por isso que eu não gosto de ler críticas de cinema, ou de música, ou seja lá o que for. Mas eu abro mão pro seu blog, ok?
Uma definição para esse filme: é tão ruim que só perde para "Como fazer um filme de amor"... arrghhhh

2:52 PM  

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