Descaminho

7.1.05

Valentín



Nem sempre melodrama é sinônimo de filme ruim. Valentín, do diretor argentino Alejandro Agresti está em cartaz para provar isso. O filme discorre sobre a relação entre uma criança de 9 anos, otimista e inteligente, com sua avó solitária.

A história se passa em 1960, em Buenos Aires, e Valentín (interpretado por Rodrigo Noya) vive para realizar os sonhos de conhecer sua mãe e, mais tarde, se tornar um astronauta. Há, no filme, fórmulas fáceis para cativar o público, a começar pela escolha de protagonistas infantis e idosos bem carismáticos. Ainda assim, há originalidade, humor de bom gosto e simplicidade na forma e no conteúdo.

4 Comments:

Anonymous Anônimo said...

Líder, o que você achou da tese do Rufo: "Os homens é que são românticos; não as mulheres"? Eu concordo.

3:59 PM  
Blogger Eduardo Horácio said...

Rapaz, se alguns homens gostam de ser românticos, que agüentem as conseqüências da escolha. Mas, sinceramente, não sei se há padrão assim não. O próprio Rufo, no filme, interpreta um ressentido, que é o que existe de pior na espécie humana. Essa suposta "crítica" à falta de romantismo delas parece mais uma crítica pessoal de Rufo do que fruto de uma observação mais generalizada.

8:07 PM  
Anonymous Anônimo said...

Bom, se o Rufo é ressentido e se é o pior que há na espécie humana, eu não sei. Mas que o personagem é divertido, isso é. Um provocador.
O filme é bonitinho. Só tô um pouco cansado dessa história da criança que, com a sua pureza de intenções, vai salvar o mundo dos adultos.
Abs. Marco.

2:47 PM  
Blogger Eduardo Horácio said...

Marco, acho que Ismail Xavier, em entrevista recente, resumiu bem o porquê de tantas crianças serem hoje protagonistas de filmes "adultos". Veja se você concorda:

"Um problema central do cinema mundial é usar crianças como protagonistas. Elas são os personagens recorrentes e de maior sucesso hoje. Isso ocorre, primeiro, porque há a questão de uma geração que perdeu a referência paterna e, de outro lado, tem o desencanto total com a história. Hoje é muito difícil assistir a um filme e aceitar a figura de um adulto herói. As personagens positivas hoje são muito difíceis de serem verossímeis, há uma certa desconfiança do mundo.

Percebemos que nos dramas sérios há uma situação na qual é muito difícil trabalhar personagens positivas, que se coloquem como heróis potentes e com capacidade de decisão. Acabamos tendo um sentimento de que realmente a personagem que pode ser tratada com seriedade e simpatia, positivamente representada, portadora de valores com os quais as pessoas se identificam, é a criança. Vários filmes ganharam festivais internacionais com criança como protagonista, nos últimos anos. O próprio Walter Salles, com Central do Brasil. Essa também é a força de Cidade de Deus."

3:19 AM  

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